... Nesses últimos dias tenho racionalizado menos o que me sem aquela idéia mirabolante de escrever algo, assunto até existe, mas falar de mídia, política... mas acredito não traria muitas coisas novas. Falar da minha vida também está fora de hipótese, pelo menos por enquanto. Meu processo criativo está de férias e conteúdos só serão expressos se cair na prova de Técnicas de Avaliação. Então montei um especial sobre um grupo que gosto bastante...

Segura aí...

Little Brother

... No começo de 2003, a banca da Carolina do Norte formada pelo produtor 9th Wonder e pelos mcs Phonté e Big Pooh entram no rap game com o fabuloso The Listening que além de ser uma revelação foi um dos melhores cds daquele ciclo de 365 dias. Em 2005, após várias mixtapes, cds solos dos integrantes o grupo volta a cena com o álbum The Minstrel Show que trás todo um conceito.
... Para quem não sabe os shows ministreis eram feitos nos EUA no começo do século passado onde atores brancos se pintavam com carvão para satirizar a população negra com um toque pejorativo de discriminação. O tapa na cara dado pelo Little Brother não foi muito bem recebido. A mídia especializada tentou boicotar o grupo, inclusive a rede BET (direcionada para o entretenimento negro) anunciou que não transmitiria o vídeo clipe do single Lovin’it alegando que a música seria muito inteligente para seu público.

“Para mim, ‘THE MINSTREL SHOW’ é antes de tudo sobre responsabilidade. Como rappers, nós temos de arcar com a responsabilidade sobre o que dizemos, e para as imagens que retratamos para o nosso povo. Se não, nós estaremos fazendo essencialmente o que os minstrel shows faziam: perpetuar imagens negativas e reforçar aqueles estereotipos negativos.” - Phonte, integrante do Little Brother.

Download
The Listening
The Minstrel Show

Little Brother – Lovin’ it


Little Brother não podia ser a atração do Indie desse ano?


Notas:
*o programa de #40 da Rádio Boomshot já esta dísponivel. Dessa vez o grupo entrevistado é o Simples.
*o cd Velha Guarda 22 do Mamelo Sound System já está nas ruas, vale a pena ir atrás...

Ta aí Ju, atualizado!
Fui...


..Hoje pensei em uma conversa que tive nesses últimos tempos sobre underground e tal, aí me veio a idéia que assim como a pessoa não é aidética e sim contém o vírus da aids não se poder ser alternativo e sim pode se estar no alternativo.
..Quem me disse isso a primeira vez foi o Paulo Napoli (na foto) e ele passou essa idéia numa entrevista que fiz com ele no Methodsworld (meu blog anterior a esse) em 2004. Achava que tinha essa entrevista salva no meu pc o que não era fidedigno. Após a frustração e inquietação descobri que o meu antigo blog não foi desativado e que meu cadastro no blogger estava intacto. Após isso e alguns momentos felizes de nostalgia, eu achei a entrevista.
..Na entrevista ele fala de várias coisas que talvez hoje sejam mais visíveis no rap nacional com o jabá cada vez mais presentes e o computador facilitando cada vez mais a vida dos nerds rappers.
Na época ele havia recém lançado o Vida x Game. Hoje, algumas participações a mais, remixes lançados, a idealização da coletânea Raps de Verão e o vinil a venda. É com certeza um dos ícones da história recente do rap nacional.


1 - Quando você "descobriu" o rap?
Eu descobri o rap em 84, pela televisão, que muito antes de se falar em Hip Hop já mostrava uma rapazeada dançando break e um povo cantando os primeiros raps na rua, na época como uma novidade. Faz quase 20 anos.
2 - Como te despertou a vontade de escrever e cantar?
Sempre gostei de escrever mas nunca curti muito ler. Sempre absorvi mais informações pelos ouvidos do que por livros, e quando foi em 93 eu resolvi deixar de ser só um moleque fã de rap para então escrever minhas primeiras rimas.
3 - Você fala bastante do nerd rap, tanto é que até fez uma comunidade no Orkut chamada ”Fuck Nerd Rap”. O que vem a ser o “nerd rap”? Você pode citar exemplos?
Nerd Rap pra mim é toda forma de frouxa e insegura de se fazer rap. Por que nerd rap? Porque o rap é comunicação e veio "das ruas", com uma linguagem urbana e popular. Daí vem uma meia dúzia de moleques que descobriram o hip hop da noite pro dia, via internet, e começam a dizer que são underground e isso e aquilo... Porém, quando você escuta as letras, a sensação é de que tem um CDF tentando mostrar que sabe mais palavras que os outros, com uma levada xoxa e batidas sem graça. Isso sem contar as letras, que refletem seres humanos tímidos e amedrontados com o palco (já que a maioria pega o microfone e abaixa a cabeça pra resmungar seus versos). Não vou citar exemplos porque eu não quero o meu nome próximo ao desses caras, ok? Rsrs... Porra, “falar difícil é fácil, difícil é falar fácil”!!!
4 - Quais são as suas influências dentro e fora do hip hop?
House Of Pain, Cypress, Funkdoobiest, Ultramagnetic MCs, Brand Nubian, Run DMC, Onyx, KRS-One, Gangstarr, Public Enemy... Minhas influências são basicamente hip hop do final dos anos 80 e começo dos 90, quando tudo era “fresh” e não haviam nerds rimando. Rsrs...
5 - Para você,o que é o underground?
"Underground é uma posição, não um estilo", como diria o rapper Vast Aire, do grupo Cannibal Ox no seu som solo “They’re Frontin”. Você pode “estar” underground e de repente bombar, fazer sucesso se sua música for boa. Underground não é estilo de vestir, nem de rimar e muito menos justificativa pra fazer sons nas coxas. Se sua música é boa, você pode fazer até um som com algo absurdo com um alarme de carro tocando e gravar sua voz com o celular, e fazer estourar, porque será algo original.
6 - Como surgiu a idéia de juntar sons de videogame ao rap como no disco “Vida x Game”?
Quando comecei fazer rap os videogames da época eram os Nintendos (Phantom System, Bit System, Dynacom, etc...) e os Sega (Master System), que eram jogos de 8 bits, com uma resolução sonora inferior, mas original. Daí quando eu fui fazer meu disco eu só juntei uma influencia com a outra: o videogame com o rap. O nome e o conceito "Vida x Game" vem da minha vida no rap e minha paixão pelos videogames 8 bits.
8 - O que você acha dessa "midialização" do rap?
O rap no Brasi está cada vez masi popular, e isso não dá pra negar. Quem tem 20 anos hoje pode achar normal ver vídeos do 50 Cent, Eminem e Snoop Dogg, mas isso na real só começou rolar forte mesmo depois do ano 2000. Lá fora o rap é como o pagode ou o axé é aqui, mas somente agora o rap começa ocupar o espaço que ele realmente merece, e essa superexposição do estilo na verdade é parte desse processo de expansão e reconhecimento que o hip hop vêm conquistando.
9 - Falta alguma coisa no rap nacional?
Na minha opinião, várias. O principal seriam mais artistas com personalidade e não esse monte de seguidor de tendências que virou o rap nacional. Originalidade é fundamental na vida, e não só no rap. Existem muitos grupos com talento, mas se formos levar em consideração o número de grupos que existem no Brasil, esse número de artistas poderia ser maior.
10 - Alguma previsão para algum novo trabalho?
Vários projetos engatilhados, mas nenhuma data definida. To fazendo shows com a rapazeada do Loco Sapiens, que é um grupo novo aqui de Sampa, tenho meu projeto com o Parteum, que qualquer hora vira um disco também, tenho meu próximo disco solo e outras transas mais ousadas fora do rap que ainda não posso anunciar.

http://www.myspace.com/paulonapoli


Falando em entrevista...

No site da Boomshot há uma entrevista com o Wildchild que esteve no Brasil se apresentando no lançamento do Volume Único. Na entrevista ele fala sobre o Lootpack, seu contato com o hip hop entre outras coisas...

Indicação do dia:

Amp Fiddler - Waltz Of A Guetto Fly

Amp Fiddler já tocou com caras como George Clinton e foi ele quem ensinou o J Dilla a mexer na mpc. Preciso falar mais?

Link

No myspace do grupo A Filial, está disponível algumas musicas novas para ouvir no site mais um makin’ off do novo trabalho do grupo. Rap sofisticado, bom de ouvir, vai lá conferir...

Ta bom por hoje...
[[Nas – NY State of mind]]

Enquanto o tão aguardado "Ópera Oblíqua" não saí, podemos curtir alguns sons novos do Mzuri Sana através do Podcast criado pelo grupo formado por Parteum, Secreto e Suissac. O número dois está de virar os olhos. A começar pela "Escuta essa" ao vivo do Sesc Ipiranga (naquele show que eu ia...) passando por musicas que estavam incompletas na mixtape "Patrocinio Quebrado", mas já virava os olhos. É rap contemporâneo!http://mzurisanaraps.podOmatic.com/entry/2006-08-02T11_49_12-07_00


"Alguns vivem a procura do amor
Outros a procura da vida
eu a procura da música
Que me leva ao encontro do amor
e me deixa cara a cara com a vida..."

Essa é a introdução do cd "Introspectivo: amor, vida e música", o novo cd do Slim Rimografia. Rap com jazz, que mostra a evolução tanto como mc quanto produtor. Só de pensar que demorei pra me acostumar com sua voz aguda. Mas vale apertar o play.

*Indicação de mp3 do dia: Common - Be

É isso!

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