Suburbano

Toca o despertador. Outro dia, outra batalha. Talvez já tenha perdido a guerra, mas tenho que continuar sobrevivendo dentro dela. Enquanto tomo banho sonho com como seria se pudesse vencer, sei lá, ser um empresário bem sucedido, um jogador de futebol, um advogado... a realidade só me tranqüiliza quando penso que meu moleque pode ter o que não tive. Mas ele precisa de um suporte e eu sou esse suporte. Tenho que ensinar a ele como ser um guerreiro, que na maioria das vezes o caminho da vitória é o com espinhos e não o florido.
Mas chega de papo que chegarei mais uma vez atrasado, pegarei o ônibus lotado e levarei uma bronca do patrão como de praxe. Mas sem ficar adiantando o sofrimento tomarei o café, e vejo minha mãe cantarolando Gil “Andar com Fé”, é nessa que eu vou embora trabalhar.
Bato o cartão, levo a bronca e sento na minha cadeira, não estou disposto a trabalhar, mas fazer o quê? Se não fosse esse terno o que iria dar a minha família comer? Então vamos que o batente me espera, entro às 8:00 e saio às 17:00 propenso a pegar a linha 157 em direção ao bairro mais uma vez lotado. Mas dessa vez não estarei atrasado. Jantarei com a esposa e direi para meu filho que estou cansado demais mais para brincar, bate um aperto no coração, mas deixa que um dia ele irá entender. Deitarei na cama pensando que tudo isso no outro dia voltará a acontecer mas espero sonhar como se tudo isso pudesse ser diferente...

*Usei como base a música do Rappin Hood, caso vocês aprovem esse texto será apresentado num evento de psicologia social...

*O texto da Analise Analitica foi retirado, acho que o B.O. não gostou muito e não o culpo já que o texto foi feito com uma boa inteção mas com uma má expressão, pedi desculpa quem sabe um dia arrume e mostre pra ele, se ele aprovar vocês verão de novo caso não esqueçam.

É isso...


Fui roubado!

Ou melhor, furtado. Enquanto estava na abertura do espaço do grupo de sreet dance, Funk-se assistindo a apresentação do mesmo, alguém estava fazendo a limpa no meu carro. Entortaram porta, quebraram janela, levaram todos os cds, casaco, mochila cheia de livros (sendo que 2 não eram meus)...só não levaram o step sabe-se lá o porquê, já tinham arrancado 3 dos 4 parafusos. Uma merda, ficou maior ainda quando fui fazer o B.O.erraram duas vezes tiver de fazer tudo de novo e ainda ouvir reclamações do meu pai por ter ido num lugar não muito seguro, lembram dos Racionais? “Pensa no futuro que isso é ilusão”. Foda mas eu fui sorteado. Num lugar que estavam vários carros o meu estava entre os 5 roubados. Fazer o quê?

Mais um...

Proof um dos mcs do grupo D-12 foi assassinado nesta semana enquanto saia de uma boate próxima a 8Mile estrada de Detroit que ficou conhecida devido ao filme estrelado por outro integrante do D-12 que inclusive contou com uma pequena participação de Proof. Coincidência ou não, Proof participou do clipe Like a toy Soldiers do Eminem e o papel dele era justamente de um mc que era baleado enquanto caminhava pelas ruas.

Duh!
[[Dudley Perkins - Funky Dudley]]


MP3
No site do realhiphop.com você pode fazer download da musica “O bagulho é doido” do próximo álbum do MV Bill. Trechos dessa música foram mostradas em diversos momentos do documentário Falcão inclusive há na música partes de depoimentos.
No site do De Leve as músicas antes disponibilizadas apenas para ouvir agora foram liberadas para download. São 3 músicas: México, Diploma e Pode Queimar. Elas farão parte do cd Manifesto ½ 171 que é uma gozação do Manifesto 33 ½ que é a marca de Marcelo D2.
Atualização
Depois de muito tempo a rádio Boomshot está com programa novo. Nessa edição 37 o convidado é Hurakán que representa a cena do sul do país. Ele conta sobre sua trajetória, a cena do hip hop tanto em Curitiba quanto em Florianópolis, o “underground”, influencias e aquelas coisas habituais do rap.
Falando em Falcão...
Guardei duas frases de músicas do Bill nessa semana: “...O sensacionalismo por aqui merece um prêmio...” e “...Me chamam de bandido...”. Lembram quando ele apareceu no FreeJazz? Pra quem incomodou muito vê-lo com uma arma na cinta provavelmente ficou indignado com o documentário. A prova disso foi o contra-ataque vindo pelo jornal O Globo. Alguém aí na escola teve algum professor que te disse que os meios de comunicação são aparelhos de manipulação do estado? O problema é que isso você só ouve na faculdade. Tenho outra pergunta mais fácil: Já ouviram falar que a comunicação impressa e televisiva é o 4º poder? Essa eu acho que já. Esse poder sempre acaba agindo para satisfazer a alta sociedade e manipular a massa. A Tv Globo mais uma vez testou seu poder de comoção. Que Bill e Celso erraram de não denunciar o seqüestro que assistiram não há duvida, mas quererem transforma-los em bandidos é como esquecer que aqueles garotos filmados e outros que estão a solta por aí fadados ao mesmo destino são frutos dessa sociedade querem aliviar a culpa deles por terem seqüestrado o futuro de milhares de jovens. A massa mais uma vez apavorada acredita. E tem como obrigação afinal, essas manobras são feitas pra eles continuarem achando que está tudo certo. No livro o seqüestro está no 1º relato e em nenhum momento foi falado que aquilo era o certo nem mesmo que concordavam, segundo o relato, Celso, até pediu para que não machucassem as vitimas não importando como fosse o desenrole que segundo o próprio acabou dando certo.
Agora vamos ter que agüentar mais uma atração para nos desviar atenção da pizza que está sendo preparada no congresso, do fim do 13º que já foi encaminhado ao senado...
Notas Campo-grandensses...
Por falar em política, aqui em Campo Grande tem um político colocando outdoors nas ruas anunciando o fim dos 90 dias de férias dos deputados... eu não me importaria se eles melhorassem realmente a vida do povo e folgassem 120 dias...

Grandes atrações em Campo Grande... após a fatídica exposição agora tem Maria Rita e Jorge Vercilo. Não sou camelo pra viver de cópias, mas compro cds do camelo e ouço Elis e Djavan original...
Ainda sinto que faltam coisas aqui...

Há em breve colocarei aqui esquemas para entender a psicanálise...Minha catéxe anda voltada para muitos projetos, tá difícil escrever algo que preste...
[[Jamal – Ser Vencedor]]

Rappers diversificam temática e valorizam a métrica
Publicidade
ADRIANA FERREIRA SILVA da Folha de S.Paulo

Rodrigo Brandão, Lurdez da Luz, Kamau, Parteum, Paulo Napoli podem ser nomes totalmente desconhecidos para muitos. Mas eles estão entre os autores de algumas das letras mais poéticas da música brasileira atual.

Em comum, há o fato de serem rappers. Entre os compositores consagrados que já perceberam isso está o ministro da Cultura, Gilberto Gil, para quem esses novos letristas de rap são "muito hábeis". "Acho que eles desenvolveram uma habilidade grande e fazem isso com muita beleza", afirmou em entrevista à Folha.

Outro entusiasta é Chico Buarque, que, em um bate-papo com o escritor Paul Auster, publicado pela Folha em 2005, afirmou que o rap é "o tipo de música que uma vez foi feita, por mim e por outros, com uma temática social. Eles [os rappers] fazem isso melhor".

Talvez por isso, além de Mano Brown, do Racionais MCs, Chico Buarque seja o outro medalhão citado como influência por eles. "Minhas referências são, principalmente, Chico Buarque, Luiz Tatit e Itamar Assumpção, que não são rappers, mas são bons rimadores", conta Paulo Napoli, 29.

Alguns popstars, como o próprio Gil, além de Caetano Veloso e Zélia Duncan, já até rimaram ao lado de MCs. Os três participaram do segundo CD de Rappin'Hood.

"Não me importa que seja um modelo americano, até no jeito de se vestir; me importa o discurso, que diz respeito a todos nós", afirma Zélia Duncan.

Mas é exatamente pelo discurso, que muitos ainda acham ser feito por "manos" para "manos", que esses compositores não foram revelados. No entanto, um olhar atento às letras mostra que esse universo vai muito além das quebradas e favelas, e as preocupações ao compor tangem poesia, métrica, rima e linguagem.

Nova escola

"Tenho influência das cacofonias do Luiz Tatit, que é um engenheiro de rimas", explica Napoli. Ele faz parte da segunda geração do rap --a primeira é a de Thaíde, DJ Hum e Racionais. Entre as características dessa turma, está a diversificação temática, que passa por letras de amor e complexas reflexões sobre a cidade.

Desse tópico, quem melhor trata é o Mamelo Sound System, formado por Lurdes da Luz e Rodrigo Brandão. Lurdes, 26, diz que eles procuram fazer algo original sobre um assunto que norteou a velha-escola do hip hop americano. "Os raps clássicos sempre falaram sobre a história de sua cidade e de como isso influencia seu dia-a-dia, ressaltando principalmente os aspectos cruéis", afirma.

Lurdes é autora de uma música com vocação para hit, "Liri Sista", em que fala sobre uma levada reggae. ""Liri" é um trocadilho com "lyrics", e "sista", com "sister" [letras e irmã, em inglês]", explica.

"Gosto de fazer combinações não tão usadas. Pensar em palavras originais para terminar as rimas", diz. "Depois, vem a parada do ritmo. Não tenho muito claro como seria a métrica, tipo poesia, que as pessoas contam as sílabas, mas existe a cadência, que influencia como vou fazer a levada."

Brandão, 32, também se guia pela intuição. "Não fico pirando nesse bagulho de métrica, porque acho que isso segue escolas de poesia que o hip hop vem para quebrar", diz. "Prefiro ir burilando, escutando muito som e buscando certas divisões para ficar mais gostoso musicalmente."

Outro que dispensa regras é Kamau, 30, conhecido no meio hip hop por sua habilidade como improvisador. "Tento diversificar a métrica de acordo com a base e com o verso que está na minha cabeça, com o que quero falar."

Ritmo e poesia

O rap, explica o músico e professor da USP Luiz Tatit, é um estilo de canção que explora "a presença da fala". Por isso, segundo os rappers, é tão importante a tal levada.

"Se não for musical, tá chato, vira palanque", acredita Brandão. "O MC não é um cantor, não está interpretando uma melodia, mas tem que obedecer uma certa divisão rítmica e serve como um instrumento", teoriza Parteum, 30.

Fábio Luiz, o Parteum, é autor de uma canção gravada por Ed Motta, "My Rules", e produziu faixas para Tom Zé, Nação Zumbi e seu irmão Rappin'Hood. Hoje, cuida do novo CD de MV Bill.

Suas letras se destacam por um rico vocabulário, reunido em rimas bem escritas. "Tento desenvolver algo que me satisfaça dentro e fora da música", diz Parteum. "O que faço tem vida própria, poderia ser um texto num blog ou um capítulo de um livro. Cabe a quem compra."

A poesia é um aspecto que, acredita Parteum, ando meio esquecido entre os rappers e precisa ser resgatado. "É fácil reclamar. Difícil é fazer isso com requinte."

Apenas pra vocês entenderem melhor...

[[Quasimoto - Come on feet]]

Subscribe to: Posts (Atom)