LENDO: Você quer o que deseja? (Jorge Forbes) – O nome bem que lembra um livro de auto-ajuda, mas a obra do popstar lacaniano voa longe disso. Ele fala sobre o descompasso eterno entre homem e mundo que deixa essas formulas para a felicidade a esmo. O livro é dividido em três partes: Crônicas, conferencias e lacanianias. Ainda estou no meio do livro mais pirando. A relação que ele traça entre Matrix, Descartes e análise é fantástica. Ele fala coisas como a decisão das pílulas vermelha e azul é a mesma que coisa de quando o psicanalista pergunta se o paciente quer iniciar a análise, em outras palavras, você quer ver o mundo com outros olhos, com os seus próprios? Ao fim do tratamento segundo Lacan, o paciente consegue fazer poesia com tudo que vê, como se decodificasse a realidade, assim como Neo consegue fazer no final do primeiro filme.
Por que a psicanálise (Elizabeth Roudinesco) – Outra adepta da linha lacaniana falando sobre o porque ainda apostar na psicanálise. A psicanalista francesa dá cutucadas em outras abordagens e ainda ataca ferozmente os biologicistas (o que Forbes também faz). Você acreditar que a cura da depressão está em acertar a dosagem dos psicotrópicos é você ignorar completamente a subjetividade humana, concorda?
ASSISTINDO: En la Cama (Chile/Alemanha 2005) – Duas pessoas que se conhecem e passam a noite no motel. Entre um ato sexual e outro, perguntas e confissões são feitas na procura de ter uma proximidade que terá de acabar ao amanhecer. Apesar de ser passado todo num quarto de motel, o filme não é uma “fudelança” só, as cenas de sexo são bem tímidas (só a primeira que é meio longa), mas nem mostra nada. Falo isso porque esses dias assistindo ao Amarelo Manga fiquei indignado com tantas cenas desnecessárias...
FAZENDO:
INDIGNADO: Sábado frio, nada muito bem esquematizado acabei indo num bar conhecido como Bar do Carioca. Não é esse bem o nome do bar, mas acho que seu antigo dono era conhecido como Carioca, o novo dono seu Zé apenas permitiu que os eventos de punk continuassem a serem realizados no fundo do bar. Sabia da existência do Bar do Carioca desde seu surgimento, mas nunca tinha ido lá, sabia que era na região da nova feira central, mas não sabia onde exatamente até o dia que uma pessoa que organizava alguns eventos lá foi convidado a mestrar o grupo de RPG do qual eu fazia parte. Mesmo assim, ele tornando meu amigo, fui lá algumas vezes, umas 5 no máximo ainda como peixe fora d’água, mas respeitado por estar ali a convite do cara cabeludo dos ombros fechados e que desenha suas próprias camisetas. Se a principio é tímido você deveria ver quando ele pega o microfone pra cantar. É engraçado a questão dos valores, naquele lugar na região mais antiga da cidade você não faz sucesso se tem carro ou se é daqueles que não precisam saber exatamente quanto tem de grana pra gastar com entrada, bebida pra poder pegar o ônibus de volta pra casa, ali se você tiver cabelos longos e uma camiseta preta de uma boa banda já vale muito. Mas é um espaço perdido na região próximo ao comércio dos turcos e das barracas de falsificados da feira. E esse contraste de valores propicia acontecimentos inusitados como o do sábado 28/07. Por sorte ou azar não presenciei o acontecido e quando recebi a noticia por horas jurei que estivessem tirando uma da minha cara. Fui lá a convite do meu amigo que após muito tempo realizava um evento lá, dei aquela famosa “passada”, e no outro dia ele me liga dizendo contando sobre uma ilustre visita no bar. Um figurão da política local fora agredido verbalmente na feira enquanto passeava com sua família, ele reuniu alguns seguranças e foi atrás do tal boca aberta este que se escondeu no bar, infeliz escolha apanhou feito um condenado, mas não foi só ele, pessoas que estavam ali numa boa também, se filmou, fotografou também levou “uns cola”, alguns até firam levados presos. O bar passou por uma fiscalização durante a semana, foi multado e fechado. Seu Zé que poderia estar por aí enraivecido, ria e lembrava que não foi qualquer um que fechou seu bar. Enquanto isso no mundo virtual o debate estava fervoroso, protestos estavam sendo organizado, pessoas estavam indignadas só que durante a semana os ânimos foram se acalmando. Alguns dizem que foram perseguidos e ameaçados após surgir o boato que algumas gravações haviam escapado. Eu não sei de nada...
INDICANDO: Oh No - Dr. No's Oxperiment (2007) – O álbum instrumental do irmão de Madlib, está muito bom. Os 4 mics na The Source não deixa mentir.
Orquestra Imperial – Carnaval só ano que vem (2007) – Os 18 integrantes fixos mais agregados trabalhando com a suposta nata da produção pop-conteporanêa como Moreno Veloso, Rodrigo Amarante e Pedro Sá.
Namastê!